1 de dez. de 2009


Lembranças de um amador

As voltas eram perfeitas, e o caminho as seguiam
O olhar mais escuro do mundo, ali não o teria.
O mundo todo abaixo, e a felicidade acima.
O vento soprador, quase nem se media.
E a brisa acompanhadora, o respondia.

A grama o acompanhava, companheira fiel, nunca reclamava.
A terra e a poeira, quase nem apareciam ali, a magia os expulsava.
O brilho nos olhos de cada humano se acalmava.
E lá, o mundo parava.
O corpo relaxado, a alma em completa paz.

Eu sentia que o meu medo de evolução desaparecia.
O meu medo de perder tudo, simplesmente se sentia completo de felicidade.
Lembro-me de sentir o doce ar de uma alma perdida.
O doce toque de uma paixão alucinada.
O doce olhar da morte.
Se o meu sorriso demonstrasse tamanha a minha felicidade, seria algo desumano.
Mas a minha felicidade, era uma felicidade que não poderia ter.

Afinal, esquecer é um dos principais princípios para a dor parar.
Mas eu já me sentia um completo impotente.
Pensava que poderia simplesmente cair.
E já não sentia mais forças para continuar em pé.
Algo no meu coração apertou-o, esperando o sangue cair.
As minhas pálpebras se fecharam fortemente, em razão da agonia que sentia.

As minhas mãos se fecharam eu um punho.
Não de raiva, mas de dor.
Era muito forte para agüentar sozinho, mas sabia que nada seria pior que o passado.
Cai de joelhos na grama verde molhada, desesperado botei as mãos na cabeça.
Abri os olhos apavorados, escolhendo razoes e motivos de me levantar.
Sentia que já era incapaz de decidir.

Pensei em todos os momentos em que sorri.
Pensei em tudo aquilo que pude sentir no passado.
E recuperando as forças, me levantei da grama molhada.
Limpei a sujeira na minha calça.
Lembrei-me do seu sorriso.
E sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto.
Sorri.

E por mais que doesse, por mais que eu tivesse chorado e continuasse chorando.
Tudo aquilo que eu vivi no passado, compensava.
Por você valia à pena chorar.
Por você valia à pena sofrer.
Então rio alto.
Lembro-me do seu olhar.
E sei que não deixarei nada me abalar.
Nem agora, nem nunca.
Pois eu sei, que um dia pude tocar na sua pele de seda.
E sentir que eu a fazia sorrir.
Pois eu sei, que um dia, você me amou mais que tudo, mais que a todos.
Pois eu sei que você sempre ficara na minha memória.

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