23 de dez. de 2009


Só mais uma vez sem o seu beijo

Lagrimas escorriam pelos meus olhos, eu sabia que tinha te perdido. A grama verde molhada escurecia o meu jeans, sujava-o. O vento batia pelos meus cabelos, a brisa de inverno trazia paz a minha alma, mas eu era incapaz de senti-la. Meu coração doía como se mãos o apertassem até o sangue dele sair como uma pia com goteira, a dor era feita calmamente. E sem pressa, meu coração doía cada vez mais. Eu sabia que tudo tinha sido minha culpa, eu sabia que a morte do nosso amor, tinha sido por causa das estúpidas palavras que te falei. Mas depois de todas as desculpas e de todas as vezes que te implorei meu amor. Seu corpo, agora gelado, paira em minhas mãos. E a vida que existia nos seus olhos sumiu. Por que meu amor? Por que havia de morrer assim? Tão de repente? Por que, justo na hora em que estávamos prestes a nos dar um beijo, depois da falta tão grande que senti dele, você morreu em minhas mãos? Por que teve que ir embora e me deixar nesse mundo sozinha, sem a sua luz que me fazia levantar toda manha?
Mais lagrimas caíram molhando a sua roupa, pessoas encaravam o meu desespero no meio da estrada. Eu não me importava. Precisava sentir o seu corpo perto do meu mais uma vez, precisava olhar os seus olhos azuis água de novo. Precisava sentir o cheiro que me fazia sorrir, preencher as minhas narinas de doce ar. Eu preciso de você. E nada mais, então, por favor, meu amor. Acorde. Diga-me que não vai ficar mais um minuto sem me beijar. Diga-me que me ama. Diga-me que o nosso amor, não acabou assim tão de repente.
Sim, ele não acabou. Tenho certeza que vou continuar te amando, tenho certeza que todo dia vou desejar te ter, te ter nos meus braços, te ter no meu colo, te ter no meu olhar. Tenho certeza que todos os dias vou querer sentir o seu corpo ao meu. Vou querer te beijar mais uma vez. Tenho certeza que todo dia, meus olhos estarão cansados de chorar, mais impossíveis de parar. Sim, eu tenho certeza.
Minha vida sem você, não vai ser vida. Minha existência sem você vai ser inútil.
Quero que aquele carro me atropele logo, quero poder ir contigo. Não quero mais continuar viva, não quero mais ter que dar satisfações a ninguém.
Por isso, enquanto o carro veloz buzina loucamente e aperta nos freios impossíveis de parar o carro antes. A água suja é jogada no meu rosto, a luz dos faróis me cega, e eu beijo a sua testa. Digo que vai ficar tudo bem, e me abraçando no seu corpo forte, fecho os olhos enxergando a morte.

sempre escrevendo, LIA.

0 comentários: